Racismo no esporte

Racismo no esporte

 Devemos nos posicionar hoje e sempre contra o racismo


O barão Pierre de Coubertin, educador e filantropo francês, idealizou a união de todos os povos por meio do esporte nos moldes legados pela civilização grega, criando os Jogos Olímpicos da Era Moderna. A despeito dos ideais desse educador (que serve para todas manifestações esportivas), muitos têm ignorado o aspecto humanístico do esporte. E assim sendo, lamentamos (e nos preocupamos) profundamente com os últimos acontecimentos ocorridos no esporte mais popular do mundo, o futebol. Antes de tecermos alguns comentários sobre o futebol, voltemos no tempo e iremos encontrar um jovem que silenciou o homem mais soberbo e que pregava a eugenia das raças, Adolf Hitler. Esse jovem chamava-se Jesse Owens. Na verdade, tratava-se de um apelido, pois seu verdadeiro nome era James Cleveland Owens. O fato é que ele nas Olimpíadas de Berlim (1936) obteve quatro medalhas de ouro e dois recordes olímpicos no atletismo. Ele derrubava assim a idéia nazista de superioridade da raça ariana e, o mais interessante, diante dos olhos atônitos do Führer. Outro fato marcante na história do esporte ocorreu no México em 1968 com os corredores norte-americanos Tommie Smith, medalha de ouro, e John Carlos, medalha de bronze nos 200m rasos. Quando estavam na premiação, eles ergueram uma das mãos que estava com uma luva preta e a mantiveram cerrada ao ar. Esse protesto ficou indelével e ocorreu devido ao racismo até então existente nos EUA.
Uma história que corrobora como era a violência naquele país é bem retratada no filme "Duelo de Titãs", onde o ator principal Denzel Washington interpreta um treinador negro de uma equipe de futebol americano. Ele conseguiu naquela ocasião unir brancos e negros por meio do esporte. (Esse filme é baseado em fatos reais). Não podemos olvidar da luta hercúlea do venerável Martin Luther King, prêmio Nobel pela Paz e que lutou de força pacífica contra o Racismo. Em relação ao fato ocorrido com o jogador de futebol do São Paulo, Grafite, é realmente triste tudo o que ocorreu, pelos motivos supracitados da relevância e do papel do esporte no mundo. Na Europa, a situação é ainda mais caótica, há torcedores com bandeiras nazistas e quando um jogador negro está com a posse da bola, os torcedores jogam bananas no campo, fazem barulhos referentes ao macaco etc. Nos perguntamos: E as autoridades? Creio que a atitude para esse tipo de comportamento deve ser severa, não com violência, pois esta só gera mais violência. Mas as punições devem ser aplicadas. O que percebemos é uma passividade das pessoas diante dessas situações que só tendem a crescer e a tomarem proporções gravíssimas! O que mais me deixou estupefato foi o fato de algumas pessoas, inclusive brasileiras, dizerem: "Ah, isso é o calor do jogo"; "Acho que foi exagero fazer isso!" etc. Isso é o mais absurdo! A maioria dos problemas mundiais advém do verbo mal empregado. Se o homem soubesse utilizar de maneira correta a língua, muitos conflitos seriam evitados. Particularmente o racismo, não é possível que mesmo de "brincadeira" ou que tenha ocorrido somente no "campo", nós fiquemos calados! Isso nunca! Por isso, fica meu apelo a todos que almejam um mundo melhor. Não é admissível que em pleno século XXI as pessoas briguem por causa da cor da pele. O racismo deve acabar! Aos futuros educadores físicos e aos atuais, deixo meu "grito" de atenção: ensinem seus alunos a se respeitarem e se amarem! Encerro esse singelo apelo com um acróstico: Razão é o bem mais precioso do homem. Amor é do que precisamos! Caminhemos de mãos dadas. Ignoremos as diferenças, respeitemos o próximo. Somos todos irmãos. Mudança já! Ode a todas as raças e a beleza da Vida.